Nosso Entre Pits especial de Ano novo não podia ser mais especial, mais uma vez mostrando o lado feminino no automobilismo.

Entrevistamos a Bombeira Priscilla Rubino, que é a única mulher a integrar o grupo de socorristas de Interlagos.
Planeta Velocidade: Quem é a Priscilla Rubino?
Priscilla Rubino: A mulher, a mãe, a esposa, e a bombeira.
PV: O que levou você a ser resgatista no automobilismo?
PR: Desde quando me formei bombeiro civil estou dentro do autódromo, comecei sendo bombeiro de box mas observava o resgate de pista até que falei que queria uma oportunidade e tive! Passei por treinamentos, por preconceitos, por um turbilhão de coisas. Mas sou completamente apaixonada pelo o que faço.
PV: Existe algum preconceito, já que é uma profissão que a predominância é masculina?
PR: Sim, sempre tem! Mas hoje estou mais aceita no meio.
PV: Qual a maior dificuldade em um resgate?
PR: Pra mim a vontade de fazer xixi e não poder fazer pelos cantos do autódromo como os homens fazem. (risos)
PV: Já passou por alguma situação em que você quase acabou tendo que ser resgatada?

PR: Graças a Deus não! E pretendo nunca precisar.
PV: Qual resgate que teve maior grau de dificuldade?
PR: Meu primeiro trabalho no resgate foi na Superbike e tive sim uma grande dificuldade no geral. Mas treinei, treinei, treinei e calei a boca daqueles que me rebaixaram naquele dia.
PV: Qual foi o momento mais tenso que já passou por um resgate?
PR: Vou confessar, todos os momentos são tensos e de alta adrenalina. Pois temos de pensar na nossa segurança e na segurança de quem estamos resgatando. Quando somos chamados para um resgate eu pré determino tudo que irei fazer antes de ser autorizada a entrar na pista para que tudo saia perfeito. Então a tensão vira adrenalina que vira um sentimento que amo sentir.
PV: Infelizmente já teve o caso de “perder” um paciente?
PR: Não!
PV: Neste período de pandemia, quais foram os maiores medos de fazer parte desta profissão?
PR: Trouxe o medo da única certeza existente que são as limitações, às vezes incontrolável mas preciso.
PV: Qual foi a situação que você enfrentou em um resgate de pista que mais lhe marcou?
PR: Todos os dias que estou no resgate são marcantes, memoráveis e únicos.
PV: O que você poderia dizer para quem quer ingressar na profissão, quais caminhos, dificuldades?
PR: Sonhe sonhos dos quais você possa realizar a curto prazo, sonhe e realize, não deixe pro mês que vem, ano que vem, ou coisa parecida. Vá, faça e seja FODA! #fuiassim #souassim
PV: Para finalizar, como é para você, sendo Mãe e Esposa, passar diversos finais de semana longe da família?
PR: Desde quando escolhi essa profissão o meu maior incentivador foi um amigo bombeiro militar que me falou as seguintes palavras: “Pri, ser bombeiro não é para qualquer um, seu maior desafio é ter amor pela profissão e depois ter forças para poder administrar a ausência: da família, dos finais de semana, dos amigos, das comemorações, de uma vida social, de um nascimento, de uma perda, é isso que você quer?”