Nesta edição da nossa coluna, temos a imensa satisfação de trazer a visão de uma grande estrela brasileira das categorias de base e promessa brasileira para a F1: Caio Collet, piloto da F-Renault Eurocup e membro da Academia Renault.

Planeta Velocidade – A imprensa nacional crava você como o futuro do Brasil na F1, baseada na sua ótima performance. Isso pra você é uma pressão a mais ou vem como motivação?
Caio – Fico muito feliz com todo o apoio e torcida que recebo. Mas ainda temos um longo caminho até chegar lá. Por isso, neste momento, não deixo que isso se torne uma pressão. Procuro focar nos meus objetivos para a temporada, corrida a corrida. Tentando aprender ao máximo e evoluir.
PV – O apoio de uma montadora como a Renault – da qual você faz parte do time de jovens pilotos – é essencial para chegar numa categoria e ponta. O que esse programa “ensina” aos pilotos? Onde ela ajuda na formação do piloto?
Caio – Sem dúvida, tem sido um privilégio participar do programa e estar próximo de uma montadora com tantas história e conquistas no automobilismo. Poder visitar com frequência a sede da equipe na Inglaterra, participar de testes e atividades que avaliam nossa parte física e mental, além de aprender muito sobre questões técnicas. Sem contar alguns pontos fora da pista, como relacionamento com imprensa e patrocinadores. São aprendizados importantes de situações que só tendem a crescer com o desenvolvimento da carreira.
PV – Quais seus projetos para 2020?

Caio – Ainda temos a última etapa esse fim de semana da Fórmula Renault Eurocup em Abu Dhabi. Meu objetivo é lutar por uma vitória no geral e terminar o ano com chave de ouro. Depois, vamos começar a avaliar melhor as opções para 2020.
PV – Além, da Fórmula 1, qual categoria chama a sua atenção, e que você veja como um outro caminho na carreira?
Caio – A Fórmula 1 é o meu principal objetivo. É um sonho que tenho desde criança e minha carreira, no momento, está traçada para alcançar esta meta. Mas também acredito que existam outras boas possibilidades. Gosto muito do FIA WEC e considero os carros de GT muito competitivos. Gosto de DTM também. São categorias muito disputadas, com muitas fábricas envolvidas, bastante profissionais.
PV – Qual foi a maior dificuldade em sua mudança do Brasil para a Europa?
Caio – Acho que a questão mais difícil para os pilotos brasileiros é a distância da família e dos amigos. A maioria dos pilotos europeus corre no fim de semana e volta para as suas casas. No meu caso, por exemplo, volto para a Itália, onde moro atualmente, e estou em casa sozinho. Você precisa aprender a lidar com a solidão, tem de cuidar das coisas da casa (cozinhar, lavar roupa). Mas isso não é desculpa e saber lidar com tudo isso pode nos tornar mais fortes.
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