Seguindo nossa coluna de entrevistas rápidas como uma parada nos boxes, nosso convidado da vez é o excelente piloto da Stock Car, Gabriel Casagrande!
Planeta Velocidade – Você chegou a correr na Europa pela Fórmula Renault antes de migrar para a Stock Car. Qual foi a maior dificuldade nessa transição?
Gabriel Casagrande – “Corri em 2012 de Fórmula Renault e em 2013 já tava correndo de stock light. Para mim a maior dificuldade foi mudar a forma de guiar. A forma de guiar um monoposto e a forma de guiar um carro de turismo, elas são bem diferentes. O jeito de você atacar as curvas, a forma de frear o carro, a relação peso-potência é diferente, a posição que você fica dentro do carro, então tem bastante coisa que influencia, mas a forma de guiar foi uma coisa que eu me bati um pouco. O monoposto foi o primeiro tipo de carro que eu pilotei em pista, então as primeiras impressões de autódromos e tudo mais, eram sempre como monoposto e quando foi para o carro de turismo, tem que mudar um pouco, mas aí depois que eu voltei de lá também nunca mais andei de monoposto. Consegui me concentrar bastante nessa nesse desenvolvimento.“
PV – Qual categoria você tem vontade de experimentar?
GC – “Ah isso é uma coisa que eu sempre deixei claro para todo lugar que eu vou, que eu tenho muita vontade de andar de Nascar, e não só de experimentar. Eu queria muito ter uma oportunidade de fazer alguma coisa lá não só teste. Talvez participar de um final de semana. Alguma coisa não da categoria principal, eu sei, porque o nível é muito alto, mas começar de baixo numa categoria de acesso. Talvez se eu me dei bem e ir crescendo lá nos Estados Unidos é a categoria que é o meu sonho de consumo. Tem muita gente que sonha com Fórmula 1, com essas coisas, eu sonho com a Nascar.“
PV – Por pelo menos duas vezes a vitória bateu na trave na Stock. O que falta para encaixar um primeiro lugar, já que velocidade e talento não faltam?
GC – “O que falta É você falou, na verdade falta encaixar. A velocidade, a constância nós temos, um carro que não quebra nós temos. Ano passado, eu tinha velocidade, tinha constância e o foco único e exclusivo em mim pra vencer, e o carro acabou quebrando na oportunidade que eu tive. Esse ano o carro não quebrou, mas eu perdi uma corrida por não ter foco único e exclusivo em mim. Então falta colocar tudo isso em conjunto, eu acho que eu vou ter essa oportunidade nas últimas três corridas do ano.“
PV – Qual a preparação que você faz durante a temporada?
GC – “Durante a temporada eu gosto de fazer muita, muita musculação, eu sou um cara viciado em academia, não sou muito fã de exercícios aeróbicos, tipo corrida de muita duração e tudo mais, corrida a pé, né? Gosto de fazer esporte de todo tipo: futebol; tênis; futsal. Tudo o que é esporte que dê para me condicionar e tenha um pouco de competição, eu acho que é bacana é válido. Também treino de kart, já que é proibido treinar com o Stock Car, a gente tenta ir para pista com um brinquedinho um pouquinho menor. Simulador também faço bastante, mas eu acho que tem uma diferença bem grande do simulador para realidade. O simulador ele funciona mais para você conhecer pistas, testar algumas coisas de setup e tudo mais, mas a sensação no seu corpo é totalmente diferente.“
PV – Projetos para 2020. Além da Stock você busca alguma outra categoria em paralelo, como muitos de seus colegas do grid fazem?
GC – “Meu projeto para 2020, é continuar na Stock Car. Lógico que o cenário econômico do país tem que dar uma melhorada aí, para ajudar a gente a fechar as coisas mais facilmente, a categoria dar uma ajudada também. Mas eu como ainda não tenho nada fechado, não pensei em nada para fora, mas eu tenho muita vontade sim de fazer coisas fora, nem que seja duas, três corridas no ano para ir ganhando experiência. Eu sei que tem gente ali do nosso grid que faz e é muito benéfico, você não tá nunca deixando de andar de qualquer tipo de carro. É muito bom sempre estar na pista, isso todo piloto gosta. Então eu tenho muita vontade de fazer, mas também não pensei em nada ainda, meu foco é continuar fazendo o trabalho como tem sido feito aqui no Brasil.“